Na Revista de Domingo do Jornal O Globo, em homenagem ao Dia dos Namorados (12/06) a colunista Martha Medeiros escreveu uma crônica intitulada Divagações sobre o amor,  em que  fez uma infeliz citação sobre as “Bibliotecárias” .

“….Ela? É só uma mulher atenciosa, discreta, às vezes um pouco insegura, que ainda sonha em ser alguma coisa além de bibliotecária e que anda cogitando ter um filho para se sentir mais completa…..”

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A indignação foi grande por parte das bibliotecárias e pelas redartianas. A nossa sócia colaboradora e bibliotecária Vera Medina Coeli respondeu prontamente em defesa da classe profissional e da importância que temos perante a sociedade.

Segue:

Querida Martha

Acho que posso chamar de querida uma pessoa que, mesmo através do papel, me faz companhia e fala coisas que gosto de ler e de certo modo, compartilhar.
Em sua última crônica (de 12 de junho, no dia dos Namorados) v. diz: sonha em ser alguma coisa além de bibliotecária.
É a primeira vez que noto preconceito, pré-julgamento ou coisa parecida em seus escritos.
Deixei de ser professora secundária de História para trabalhar com documentação – assim senti quando fiz a mudança de rumo. E foi isso que aconteceu: escudada no curso de História (e 3 anos de magistério) e com as técnicas e instrumentos obtidos com o curso de Biblioteconomia consegui fazer muita coisa trabalhando como bibliotecária, sem jamais suspirar pensando que poderia ser algo além. Estou aposentada e vejo minhas colegas que estão na ativa cada vez mais inseridas na sociedade, executando muitas tarefas além do chamado atendimento ao leitor, no balcão. A informática hoje é pré-requisito para o trabalho, todos se comunicam, o bibliotecário não precisa mais queimar as pestanas com a descrição complicadíssima de um livro, pode-se até importar de outras bibliotecas fichas completas. Isso tudo para que sobre tempo para tarefas mais complexas, demandadas pelo público atendido por nós.
Dizer mais do que isso seria muito cansativo para você, se é que chegou até aqui na leitura.
Só queria dizer isso, e pedir que v. chegue mais perto de alguma bibliotecário dinâmico para quem sabe mudar de opinião.
P. S. Existem, como em todas as profissões, bibliotecários que são desinteressados, burocratas, devagar quase parando.
Um grande abraço
Vera Lucia Medina Coeli
Rio de Janeiro”

A Martha Medeiros respondeu ao seu comentário agradecendo pelo puxão de orelha e por ter sido infeliz na construção da frase e de não ter sido clara quando mencionou a profissional de biblioteconomia, pedindo mil desculpas a classe.

Estamos de olho vivo!

Publicado em: 18.06.2016